Dentre os inúmeros assuntos sumariamente ignorados pelos investidores brasileiros (e não são poucos), talvez a diversificação de ativos seja o maior deles. Tratando-se de um dos pouquíssimos "almoços grátis" financeiros, a diversificação pode ser a diferença entre uma independência financeira tranquila e a falência prematura do seu portfolio.
Diversificar é apostar em várias coisas ao mesmo tempo; é ser ignorante quanto ao futuro e assumir tal ignorância. A diversificação pode ser vista sob dois aspectos: 1- entre ativos e 2- dentro de um mesmo ativo. Diversificação entre ativos é ter em seu portfolio ações, imóveis e renda fixa, p.ex. Diversificação dentro de um mesmo ativo significa ter várias ações ao invés de uma só, p.ex. É nesse segundo tipo que irei me concentrar.
Os benefícios da diversificação são claros: aplicando simultaneamente em ativos que não são perfeitamente correlacionados (mas que possuem a mesma expectativa de retorno, no caso da diversificação "intra-classe"), você diminui o desvio-padrão (risco) sem ferir a rentabilidade. O risco de você perder todo seu portfolio com uma eventual falência de uma empresa (lembrem-se da Enron, WorldCom, GM, etc.) é praticamente eliminado. Esse tipo de risco de uma única empresa chama-se risco não-sistêmico, e pode ser 100% eliminado com uma diversificação adequada, restando "apenas" o chamado risco sistêmico, que é o nome técnico para o risco que todos nós conhecemos e que se aplica a todo o mercado (pense 2008).
Mas o que seria uma diversificação adequada no mercado de ações? Possuir 5 ações? 100? 500? 5000? Existe um gráfico quase clássico que demonstra a relação risco/número de ações:
Segundo o gráfico, 5 ações já reduzem em 60-80% o risco, numa relação claramente exponencial, sendo 20 ações plenamente aceitáveis. Isso, claro, refere-se ao mercado americano/internacional desenvolvido. Como a volatilidade da bolsa brasileira é significativamente superior, mais ações são necessárias.
Independente do número, tanto o índice Ibrx-50 quanto o Ibovespa parece estar diversificados o suficiente com suas 50 e 65 ações respectivamente.
No entanto, nem tudo são flores: recentemente o mundo financeiro passou a prestar atenção em um fenômeno que ocorre em portfolios presumidamente diversificados: muitos deles possuem resultados catastróficos. O responsável por isso é algo muito interessante chamado TWD. O que é TWD e o que pode ser feito quanto a isso vai ficar para a parte final!
Independente do número, tanto o índice Ibrx-50 quanto o Ibovespa parece estar diversificados o suficiente com suas 50 e 65 ações respectivamente.
No entanto, nem tudo são flores: recentemente o mundo financeiro passou a prestar atenção em um fenômeno que ocorre em portfolios presumidamente diversificados: muitos deles possuem resultados catastróficos. O responsável por isso é algo muito interessante chamado TWD. O que é TWD e o que pode ser feito quanto a isso vai ficar para a parte final!
Mais um ótim artigo, Viver! :D
ResponderExcluirE vc sempre nos deixa sedentos de curiosidade: o q é esse TWD afinal de contas?
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
risco sistemático ou sistêmico?
ResponderExcluirhahah
ResponderExcluirMuito legal o cartoon!!
Interessante que se a pessoa for diversificar sozinha em mais de 20 papéis, chega uma hora que a diversificação não traz quase nenhum benefício, apenas maiores custos. É o que chamam de over-diversification (diversificar além do necessário).
Outro ponto interessante de notar é a exponencial ao se incluir um 2º ativo ao 1º, e como o potencial de benefício vai diminuindo conforme se aumenta o número de ativos, conhecido como "diminishing returns".
Aguardo a continuação!
Abraços!
Hotmar, tenha paciência meu caro... ;)
ResponderExcluirAnônimo, obviamente é sistêmico. Obrigado pela correção!
Henrique, a parte final vai diametralmente contra essa idéia de over-diversification! É um tema interessante!
Viver, vc nunca pensou ao montar seu portfolio em manter 4,5 empresas para o buy and hold, visando setores diferentes e características como pagamentos de dividendos? (além do PIBB11).
ResponderExcluirDigo isso pq ao começar a ler o assunto me interessei bastante por fundos passivos como o PIBB11, numa estratégia simples mas forte como a sua... porém nao pude deixar de lado alguns dados como aqueles do Jeremy Siegel mostrando retornos no longo prazo de empresas sólidas e historicamente pagadoras de dividendos. Estou ainda montando uma mini carteria assim, com preferencia para o PIBB11, mas 1/3 nessas acoes virtuais ainda, rs. Já havia procurado alguns fundos baseados em dividend yield mas as txs sao proibitivas...
No mais parabens pelo blog, nada como informacoes solidas, bem fundamentadas e uma visao cética para lavar a cabeça desse monte de besteira espalhada na net.
Grande abraço
Olás, saindo do tópico e voltando a recorrente discussão sobre PIBB, viram o comentário do Halfeld hoje na CBN? Vale a pena: http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/mauro-halfeld/MAURO-HALFELD.htm
ResponderExcluirAbraços,
Alex
É isso aí Alex, Halfeld falou o que a gente já sabia... O PIBB11 é mico porque só dá dinheiro para o investidor.
ResponderExcluirMuito bom esse artigo, parabéns pelo blog!
ResponderExcluirFlávio e anônimo, mas que comentário fraco esse do Mauro Halfeld hein?
ResponderExcluirA transformação das quotas em ações é só a partir de 250.000 quotas! Além disso, o retorno passado do fundo não é argumento para escolha do mesmo. Por fim, o problema de liquidez é real se o investidor quiser fazer novos aportes!
Viver de Renda, a idéia do comentário (aliás do comentário anterior do Halfeld, de 11/02) era contrapor a história do "mico"; como vc mesmo disse, o PIBB é um produto à frente da "selva Brasil". Pelo menos é o produto que menos explora o investidor. Onde achou a informação sobre transformação de cotas? Pela cotação atual, dá míseros 22 milhões!
ResponderExcluirAbraços,
Alex
Perdão Alex, o valor correto é de "apenas" 200.000 quotas, o q dá 18,5 milhões! Vc encontra no proprio site do PIBB.
ResponderExcluirNao diria que o PIBB explora o investidor, pois cobra um valor justo para o serviço prestado.