Nota: Esse texto tem como base o artigo "Is rebalancing a portfolio during retirement Necessary?" de John J. Spitzer.
Vimos no post sobre RSR que vários estudos foram feitos nos EUA com diferentes métodos de retirada de valores em um portfolio com o objetivo de aumentar a sua sobrevivência após um período definido. Vejam que o foco nesse tipo de portfolio não é o crescimento, mas a mera sobrevivência. É óbvio, no entanto, que quanto maior o crescimento maior tende a ser a sobrevivência deste, mas a gestão de risco passa a ter um papel principal.
No artigo que mencionei na nota acima, John J. Spitzer utilizou vários métodos para saber qual tinha a maior chance de sobreviver num período de 30 anos de retiradas mensais, modificando a alocação em bolsa de 30% a 80%, retirando entre 3% e 7% do portfolio ao ano, corrigido pela inflação. Os métodos foram: Rebalancear a cada ano, retirar o ativo que teve maior performance no ano, retirar o ativo que teve pior performance no ano, retirar da renda fixa sempre que possível e retirar da bolsa sempre que possível.
Independente do percentual retirado e da AA (alocação de ativos), retirar primeiramente da bolsa de valores foi SEMPRE o pior método, chegando a incríveis 100% de falha em algumas situações (retirando 7% a.a. com 40% do portfolio na bolsa, p.ex.).
O melhor método, surpreendentemente, foi efetuar as retiradas sempre que possível da renda fixa (bonds first). A utilização de tal método levará inexoravelmente o portfolio a uma alocação de 100% em bolsa, mas por incrível que pareça essa é a tática com menor risco (se entendermos risco como shortfall risk).
Com a alocação renda fixa/bolsa em 30%/70%, retiradas até 5% ao ano através do método bonds first tem uma taxa de falha de 16%. Se fizermos o rebalanceamento todo ano, a taxa sobe para 29%. Se tirarmos primeiro da bolsa, 49%. Se tirarmos do ativo que rendeu mais no ano, 22%.
A estratégia bonds first é a melhor em TODOS os períodos estudados, INDEPENDENTE da alocação dos ativos e do percentual retirado anualmente. Sempre que o indivíduo efetua o rebalanceamento, o shortfall risk sobe em média 4,8%. O rebalanceamento não diminuiu de forma estatística significante o shortfall risk mesmo em períodos mais curtos de 15, 20 e 25 anos.
Além disso, e corroborando diversos outros estudos, quanto maior a parcela do indivíduo na bolsa (até o limite de 80%), maior a chance de sobrevivência.
O motivo de tal performance faz sentido: a bolsa possui menos risco do que a renda fixa a longo-prazo, como bem mostrou o livro Stocks for the Long Run. Portanto, nada mais lógico do que um "buffer" de curto prazo em renda fixa com o objetivo de diminuir o desvio-padrão do investimento em bolsa com o decurso de alguns anos, mitigando de forma significativa o RSR. Tal fato é tão relevante que sistemas inteiros de retiradas são feitos com base nesse fato (procurem por Grangaard Strategy e textos de Ray Lucia).
Para mais informações, leiam o artigo de John J. Spitzer (em inglês) e o método de Grangaard (em inglês) que mencionei acima.
No artigo que mencionei na nota acima, John J. Spitzer utilizou vários métodos para saber qual tinha a maior chance de sobreviver num período de 30 anos de retiradas mensais, modificando a alocação em bolsa de 30% a 80%, retirando entre 3% e 7% do portfolio ao ano, corrigido pela inflação. Os métodos foram: Rebalancear a cada ano, retirar o ativo que teve maior performance no ano, retirar o ativo que teve pior performance no ano, retirar da renda fixa sempre que possível e retirar da bolsa sempre que possível.
Independente do percentual retirado e da AA (alocação de ativos), retirar primeiramente da bolsa de valores foi SEMPRE o pior método, chegando a incríveis 100% de falha em algumas situações (retirando 7% a.a. com 40% do portfolio na bolsa, p.ex.).
O melhor método, surpreendentemente, foi efetuar as retiradas sempre que possível da renda fixa (bonds first). A utilização de tal método levará inexoravelmente o portfolio a uma alocação de 100% em bolsa, mas por incrível que pareça essa é a tática com menor risco (se entendermos risco como shortfall risk).
Com a alocação renda fixa/bolsa em 30%/70%, retiradas até 5% ao ano através do método bonds first tem uma taxa de falha de 16%. Se fizermos o rebalanceamento todo ano, a taxa sobe para 29%. Se tirarmos primeiro da bolsa, 49%. Se tirarmos do ativo que rendeu mais no ano, 22%.
A estratégia bonds first é a melhor em TODOS os períodos estudados, INDEPENDENTE da alocação dos ativos e do percentual retirado anualmente. Sempre que o indivíduo efetua o rebalanceamento, o shortfall risk sobe em média 4,8%. O rebalanceamento não diminuiu de forma estatística significante o shortfall risk mesmo em períodos mais curtos de 15, 20 e 25 anos.
Além disso, e corroborando diversos outros estudos, quanto maior a parcela do indivíduo na bolsa (até o limite de 80%), maior a chance de sobrevivência.
O motivo de tal performance faz sentido: a bolsa possui menos risco do que a renda fixa a longo-prazo, como bem mostrou o livro Stocks for the Long Run. Portanto, nada mais lógico do que um "buffer" de curto prazo em renda fixa com o objetivo de diminuir o desvio-padrão do investimento em bolsa com o decurso de alguns anos, mitigando de forma significativa o RSR. Tal fato é tão relevante que sistemas inteiros de retiradas são feitos com base nesse fato (procurem por Grangaard Strategy e textos de Ray Lucia).
Para mais informações, leiam o artigo de John J. Spitzer (em inglês) e o método de Grangaard (em inglês) que mencionei acima.
5% a.a. da RF, com o investimento nesta em 30% do portfolio, será um valor muito baixo para manutenção das despesas mensais. Quando se dão as retiradas da RV? Haverá uma realocação constante? No entanto, poderá não haver possibilidade disso, visto que não sobrará dinheiro dos custos mensais para realocação. Caro Viver de Renda, pode dar exemplos práticos, utilizando, por exemplo, sua meta para aposentadoria, com os diversos exemplos e margens de alocação (30/70, 20/80, 100RF, 100RV)? Muito obrigado.
ResponderExcluirE o que faz quando acaba a parcela de RF? =)
ResponderExcluirRafael, mas a exaustão da RF com o tempo é algo previsto e normal. A retirada da RV seria após a exaustão da RF. Não, sem realocação, a não ser q vc utilize a estratégia de "buckets" descrita por Grangaard e Ray Lucia que mencionei.
ResponderExcluirAnônimo, quando acaba a RF você começa a tirar da RV.
Reitero o pedido do Rafael, por um exemplo com R$ 10.000,00 por mês, que acho ser a meta do IndependenciaFinanceira42!
ResponderExcluirAté!
Gosto do método divulgado no site Motley Fool, e tambem pelo Frank Armstrong - de maneira simplificada seria deixar entre 5-8 anos das suas despesas mensais na Renda Fixa e o restante na bolsa. E gastar no máximo 5% anual do portfolio. Assim seria algo como 25-40% na renda fixa / 60-75% em ações. E em bear markets sacar da renda fixa; em bull markets sacar das ações.
ResponderExcluirInv. e Fin., veja que isso equivale ao "High First" do artigo no qual tomei como base. O resultado é inferior a tirar exclusivamente da renda fixa.
ResponderExcluir[]s!