sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Comparação do Histórico de Rentabilidade Ações x FII x Renda Fixa

Hoje me bateu uma vontade irrefreável de ver uma boa pornografia financeira, com cálculos, tabelas e comparações interessantes. Acho fundamental cada investidor ter noção da rentabilidade anual e/ou acumulada dos principais instrumentos de investimentos que possuímos hoje, então esse será um artigo mais de referência do que opinativo*Lies!*. Sem mais delongas vamos fapear nos números:

Antes de tudo, segue a tabela master:




Os valores de 2016 são parciais até o dia 15/09/2016, daí a cor diferente. Quanto será o rendimento anual médio de cada um desses valores até 2015?



Veja que o IFIX e o IBRX-50 não são diretamente comparáveis aos outros por tratarem períodos diferentes. Ainda assim, vemos alguns dados interessantes:

O IGPM foi cerca de 1,7% a.a. maior que o IPCA nesses 20 anos.

O CDI "cru" teve um rendimento quase 4% a.a. maior que o Ibovespa.

O CDI rendeu 8-10% acima da inflação durante os últimos 20 anos.

O Ibov parece render mais do que o IBRX-50. Será isso verdade quando compararmos períodos iguais?



Aqui vemos que o Ibov rendeu significativamente menos que o Ibrx-50, quase 3,4% a.a, talvez isso seja explicado por um menor peso em PETR e VALE, que foram amplamente negociadas durante o período (o Ibov é ponderado por volume negociado) e ambas as ações tiveram quedas expressivas na última década.

E se nós pegarmos apenas os últimos 20 anos, incluindo o ano atual?






Ainda assim, o CDI bate o Ibov com folga. No pior dos casos, o Ibov conseguiu uma rentabilidade 5% acima da inflação durante o período. No melhor dos casos, o CDI consegue mais de 9% acima da inflação.

Como será a rentabilidade desses ativos nos últimos 15 anos? Vejamos:


Vejam a surra que o Ibov toma do IBRX-50. Se compararmos ao CDI, O IBRX-50 perde por apenas 1% a.a., mas ainda assim rende os mesmos ~5% acima da inflação. 

Vejamos agora os últimos 10 anos:


Aqui vemos a "Década Perdida" das ações, com tanto o Ibov quanto o Ibrx-50 possuindo rentabilidades aproximadamente iguais a da inflação, em nada ajudando o investidor na prática com os sonhados juros compostos. O CDI, apesar de ter uma rentabilidade real de cerca de 4.5-5% acima da inflação, é um valor bastante inferior ao do passado. Isso se deve ao período de queda da Selic em que a mesma chegou aos 7,25%, conforme podemos ver de forma mais clara na tabela dos últimos 5 anos:



Os últimos 5 anos foram um exemplo claro de manifestação do risco em ações, com rendimentos muito aquém da inflação ou até mesmo nominalmente negativos no caso do Ibovespa. O CDI rende cerca de 3.5% acima da inflação. O IFIX, que aparentava desastroso na primeira tabela, conta outra história aqui, conseguindo uma rentabilidade acima da inflação e mostrando ser um instrumento de diversificação importante em renda variável. Ainda assim, perde para o simples CDI e não conseguiu remurar o investidor em termos reais sequer 0.3% a.m.

Que lições podemos tirar desses dados? Pra ser sincero, não muitas. Já sabemos muito bem que rentabilidade passada não tem muito a ver com rentabilidade futura. Já sabíamos que o CDI tinha rendido acima do Ibov nos últimos 20 anos, mas o cenário 1996-2003 da renda fixa com rendimentos acima de 20% a.a. parece distante ao investidor atual. O mesmo pode ser dito com relação ao valuation da Bolsa dessa época.

O rendimento do IFIX pra mim foi uma revelação negativa, até porque já estão contabilizados os 25% de alta desse ano. Garanto que nenhum investidor de FII conta com retiradas de 0.3% a.m. e mostra o cenário adverso que os imóveis comerciais tiveram nesses últimos 4-5 anos.

Note que todos esses dados não incluem custos sofridos naturalmente pelos investidores (IR inclusive sobre JSCP, corretagens, tarifa CBLC, etc.) o que indica que o investidor médio possui um rendimento aquém do que foi colocado aqui. Hoje eu possuo sérias dúvidas daquele velho argumento tupiniquim "ah mas o Ibov só tem lixo, bater esse índice é obrigação". O que vemos na blogosfera é o pessoal suando pra bater o Ibov e mais especialmente o Ibrx-50. O caso mais emblemático disso seria a própria Petrobras, empresa que ninguém em sã consciência diria que é boa, estatal, super endividada e mal gerida que tem como modelo de negócio uma commodity depreciada e no entanto subiu 100% esse ano. A antítese da PETR seria a Ambev, empresa privada, multinacional, super bem gerida e que lagou em 25% o Ibov esse ano. Da mesma forma, é irrelevante saber quais são as empresas boas hoje, precisamos saber quais serão as empresas boas daqui a 15-20 anos. Quem apostou em HGTX quando estava em recuperação judicial? Quem imaginaria que a Usiminas, empresa super sólida com lucros crescentes no início dos anos 2000 teria tal história de horror?

Eu até concordo com o investidor individual que vê uma empresa como GOLL4 e não consegue mover um centímetro pra aplicar numa empresa com patrimônio líquido negativo, indicadores operacionais tenebrosos e dívida na lua. No entanto, essa bosta voadora rendeu 141% esse ano. A Magazine Luiza subiu mais de 200%. Seria mera volatilidade? Afinal de contas, quantos realmente conseguem bater o mercado, gerar alpha?

O grande vencedor continua sendo a renda fixa. Dada a realidade mundial que temos hoje e a rentabilidade dos últimos 20 anos que tivemos, ter acesso a investimentos que rendem IPCA/IGPM + 6-7%, ou líquido até 105% do CDI, com proteção do FGC (que é um risco "quase-soberano" a meu ver), torna o Brasil um verdadeiro oásis frente a um mundo sedento por yield.

Próximo post será sobre estratégias tributárias para investimentos nos EUA!

domingo, 4 de setembro de 2016

Atualização Mensal: Agosto 2016: R$3.329.856,49

Ao contrário de julho, agosto foi um mês pra lá de proveitoso pra mim. Segui rigorosamente meu cronograma na academia com exceção de um resfriado que me tirou 3 dias da rotina. O resultado da disciplina foram 2 kg a menos e 3 cm a menos na cintura, com ganho de força (típicos noob gains). A alimentação começou relaxada mas hoje já segue no automático. 

Algo que me ajudou muito foi colocar numa planilha diariamente meu peso e os exercícios que fiz. Aliás acho que tenho uma tara leve e benigna por planilhas, fruto provavelmente da minha personalidade INTJ, que apesar de ser a personalidade mais rara (0,8% da população) tenho certeza que possui números desproporcionais entre os que buscam a independência financeira.

A obra do apartamento está seguindo, tive um grande stress esse mês com um fornecedor que achei que ia levar calote, mas que foi resolvido com a entrega parcial do material, que já cobre com folga o que paguei de entrada. As coisas agora TENDEM a fluir de forma mais tranquila e rápida. 

Em termos financeiros houve meu segundo pagamento de cupom de pouco mais de R$52.000,00. Felizmente não estou precisando ainda dos proventos, razão pela qual eu apliquei integralmente em um CDB do banco BMG com vencimento em 5 anos a 7,85% + IPCA.

Nesse mês também aportei R$12.000,00 no CDB do banco Original com vencimento em 5 anos a 8,20% + IPCA, infelizmente com esse aporte eu cheguei ao limite do FGC e o fim para mim das ótimas taxas desse banco que eu mal conheço e já considero pacas.

Com essas movimentações meu patrimônio chegou a $3.329.856,49, com uma renda passiva de R$13.186, conforme tabela abaixo:






A tabela está em uma formatação levemente diferente. Razão disso é porque estou testando mudar o sistema operacional do meu desktop para o Linux, pois estou tendo chateações com Windows e Excel. Na verdade o windows pela enésima vez resolveu do nada não dar boot nem recuperar, então cansei de chupar a rola do tio Bill. Para o que eu utilizo (assistir filmes/netflix, navegar na net, mexer em planilha e jogar na steam) o Linux e o Calc suprem-me perfeitamente, fora os benefícios como ausência de vírus e maior segurança. Para os mais curiosos estou utlizando o Linux Mint 18 com desktop Cinnamon com o objetivo de ter uma transição do Windows a menos traumática possível.

Concluindo, a verdade é que cansei de colocar data pra ser feliz! Um grande problema com muitos de nós investidores é que colocamos como objetivo a Independência Financeira/Aposentadoria Antecipada e até lá levamos asceticamente uma vida "on hold". Isso obviamente está errado e precisamos fazer um esforço consciente para modificar isso.  Posso dizer que sou feliz hoje, mesmo trabalhando. O trabalho está ok (menos estressante), o namoro sempre foi ótimo, estou com saúde, a obra está fluindo, minha família está bem, financeiramente obviamente estou mais do que resolvido e estou muito satisfeito com minha rotina na academia e fora dela! Meu foco próximo mês é unicamente de manter o ritmo. Final de setembro digo o resultado!

Até lá, vivamos!