quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Atualização Mensal: Novembro 2010 (R$194.843,15 +R$5.229,43)

- Everything should be made as simple as possible, but not simpler (Albert Einstein) -

Mais um mês em que a bolsa anda praticamente de lado, mais um mês em que o portfolio do viver de renda segue o mesmo caminho, certo? ERRADO. Graças às sagradas contribuições mensais, consegui ficar ~R$5,2k (ou 2,76%) mais rico que o mês anterior.

Como novidade, esse mês marca o início da alteração do meu método de investimento. Mais informações na parte do portfolio abaixo. Além disso, o portfolio será dividido em duas partes: uma mais genérica (a que eu sempre coloco), e outra detalhando exatamente quais ações compõem o meu portfolio.

Será que eu termino o ano nos R$200k?

Projeção Patrimonial:

Clique para ampliar! (ou não)

Sem grandes novidades por aqui... crescimento graças aos aportes, pois a bolsa pouco me ajudou esse ano (~R$3k). Vamos à parte que interessa.

Portfolio (Classes de ativo):


Portfolio (Detalhamento):


Como vocês podem ver, algumas mudanças por aqui.

Renda fixa:
  • As debêntures da TNL foram pagas antecipadamente em 18/11. Maldita telemar.
  • Parte do empréstimo garantido foi devolvido.

Ações:
  • Pela primeira vez na vida eu comprei uma ação. Ou melhor, 300 delas, da Eletrobrás, a R$22,91 cada.
  • Foram compradas 50 quotas PIBBs a R$95,88 cada.
  • A compra das quotas foi realizada pois parte do empréstimo tinha sido devolvido e eu não tinha decidido se modificaria a estratégia nesse mês ou só no próxima. Por via das dúvidas, resolvi ser cauteloso e comprar PIBBs.
  • A compra das ELET3 marca o início da minha estratégia de investimento de longo-prazo em valor., tanto large-cap como, mais para frente, small-cap. O objetivo de deixar as small-caps mais para frente é para tentar diminuir o sampling error.
  • Por que ELET3? É a ação large-cap com menor P/VPA do mercado.
  • Por que não vender logo tudo e montar o portfolio? Para não gerar IR residual e chamar a atenção do leão.
  • Por que não vender então menos de R$20k em PIBBs esse mês e comprar algumas ações? Pois estou esperando regularizar meu cadastro na Mycap. Ao invés de gastar ~R$40,00 na Link (1 venda + 3 compras), gastarei R$20,00 na Mycap. 20 / 20.000 = 0,1% a.m., ou ~1,2% a.a., praticamente o premium entre um portfolio largecap blend e largecap value. E o premium é mera expectativa de retorno, enquanto que os custos são definitivos.
  • Por que ELET3 e não ELET6? P/VPA menor.
  • Quanto tempo durará esse processo de troca de PIBBs por ações individuais? R$166k/20k =7,99 =~ 8-9 meses, a depender da cotação futura do PIBB.
  • Quando vou explicar com detalhes o meu método de investimento? Quando tiver tempo, mas adiantando de forma mega-resumida trata-se de 2 fundos equal-weighted midlarge-cap value e small-cap value, 50/50.
  • Que sites são utilizados pra se verificar o p/vpa das ações? Fundamentus e Infomoney.
  • Qual a base teórica pra minha mudança? F&F , fundos DFA e muitos outros.
Valores:
Notas relevantes:
  • Passarei a ser mais rigoroso pra adicionar blogs recomendados. Falando nisso, retirei o blog do renda passiva por motivos óbvios.
  • Alguém me explica por que as pessoas físicas não podem investir em BDRs? Investir via fundo nas mesmas é inútil por causa da tributação.
  • Vocês não tem idéia da odisséia que foi criar uma conta de serviços essenciais no Banco Itaú!
  • Minha projeção patrimonial já espera que eu fique R$6,1k mais rico a cada mês. É foda.
Rumo aos R$200k!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Quantas ações preciso possuir pra diversificar meu portfolio? - Parte IV


Bem pessoal, apertem os cintos pois esse post será longo (mas EXTREMAMENTE resumido), complexo e com idéias que eu considero bastante interessantes. Pra variar, existe muita pouca coisa escrita sobre isso no Brasil (fora algumas monografias/teses de mestrado sobre o tema), então respirem fundo e vamos lá:

Os três fatores de risco de Fama & French:

Em 1959 Harry Markowitz criou a teoria moderna do portfolio e a noção da fronteira eficiente, conceitos esses já analisados pelo blog. Já na década de 60, baseado no trabalho de Markowitz, Treynor, Sharpe et al criaram o CAPM - Capital Asset Pricing Model que, como o nome diz, é um modelo teórico para determinar o retorno de um ativo. A fórmula descrita pelo CAPM é:

E(R_i) = R_f + \beta_{i}(E(R_m) - R_f)\,

Onde:
  • E(Ri) = Retorno esperado do ativo (a expectativa de retorno do investimento)
  • Rf = Investimento livre de risco (No nosso caso, varia entre poupança ou geralmente o CDI/SELIC)
  • Bi = O famoso Beta. Resumidamente, é a variância do ativo que não pode ser reduzida pela diversificação.
  • E(Rm)-Rf = A diferença entre o retorno livre de risco e o retorno do ativo. No caso das ações, o também famoso equity premium.

Segundo a equação, quanto maior o beta maior a expectativa de retorno da ação. Portanto, a aquisição de ações com betas maiores traria uma maior expectativa de retorno e vice-versa.

O problema do CAPM é que ele quantifica toda a variância do retorno através de um único critério: o beta. Em análises mais recentes, o beta seria capaz de explicar 70% do retorno de um ativo. Um valor significativo, claro. Mas onde estão os demais 30%? É aí que entra o modelo de três fatores de Fama & French.

Em 1993 Fama & French fizeram um estudo que eu considero ser revolucionário. Eles detectaram dois outros fatores que são capazes de explicar o retorno de uma ação: o valor de mercado da mesma e a relação preço / valor patrimonial, descrito na fórmula abaixo:

r=R_{f}+\beta_{3}(K_{m}-R_{f})+bs\cdot SMB+bv\cdot HML+\alpha
Onde:
  • r = Taxa de retorno
  • Rf = Taxa livre de risco
  • Km = Retorno de todo o mercado de ações
  • B3 = Beta.
  • SMB = Small Minus Big, ou a diferença entre o valor de mercado das ações (Large-cap, mid-cap, small-cap ou micro-cap).
  • HML = High Minus Low, ou a diferença entre ações com P/VPAs altos e baixos.
  • a = Alpha, ou o retorno em excesso pelo risco assumido.
Portanto, segundo o modelo de F&F quanto menor o valor de mercado da ação maior a expectativa de retorno da mesma (e maior o risco), e quanto menor o P/VPA maior a expectativa de retorno da mesma (e maior o risco).

A representação gráfica dos premiuns de valor e de tamanho pode ser vista aqui:


Na verdade, existe uma discussão de proporção gigantesca se o SMB e o HML são realmente fatores de risco (ou seja, o retorno maior é justificado pelo risco maior) ou se nada mais são do que ineficiências crônicas do mercado, voltando toda aquela velha discussão sobre a hipótese do mercado eficiente, etc. Existem diversos argumentos pra cada posição, que não colocarei aqui pois esse não é o foco do artigo.

Com o modelo de F&F, cerca de 90%-95% do retorno de um ação pode ser explicado unicamente pelo seu beta, tamanho e valor, antes mesmo de se saber que ações estamos tratando.

Atualmente também se discute sobre um quarto fator de risco, o momento (Momentum) e a liquidez do ativo. Apesar de ter bastante coisa escrita a respeito, como não possuo opinião formada sobre os mesmos também não abordarei aqui.

Outro fato ainda mais interessante é que os fatores de risco possuem uma correlação baixíssima entre si, ao menos no mercado americano, entre 0 e 0,4. Como exemplo, enquanto as ações large-cap de crescimento do mercado americano tiveram um retorno anual negativo nos últimos 10 anos, as ações small-caps de valor tiveram um retorno positivo de 5% a.a. Esse fato cria oportunidades fenomenais de diversificação, com expectativas de retorno semelhantes mas correlações baixas.

Para colocar ainda mais lenha na fogueira, alguns estudos (Bruni, Melloni Jr., Costa Jr. e Neves, etc.) foram feitos testando o modelo de F&F no mercado Brasileiro. Eu estudei todos eles, e em geral foi encontrado positivamente o fator de risco HML (ou value premium), e, para minha surpresa, encontraram um efeito negativo para o SML (small-cap premium). Infelizmente, todos esses estudos pecam pelo período extremamente curto de análise, concentrados entre os anos 90-05. Apesar de incomum, há casos de premiuns negativos por até uma década. Quanto a correlação, meus cálculos vão de encontro a ao menos um dos estudos nacionais. Enquanto o mesmo prevê correlação zero ou negativa para os fatores de risco, ao menos entre large-caps e small-caps eu calculei uma correlação de ~0,88, com dados de retorno da própria bm&f bovespa. Resultados semelhantes foram encontrados pelo colega Henrique do HC Investimentos.

Como se não bastasse a quantidade de informações novas e interessantes, descobriu-se também mais uma anomalia: as ações small-caps de crescimento possuem um desvio padrão maior e uma expectativa de retorno menor que as demais ações. Alguns chamam essa classe do buraco negro dos investimentos. Existe o argumento de que essas ações seriam uma espécie de loteria para os investidores, na eterna busca pelo próximo "foguete" que nunca decola. O histórico desde 1928 da evolução de um portfolio com esses fatores de risco nos EUA pode ser vista nesse gráfico:



Logo, que proveito podemos tirar das descobertas de F&F?
  1. Há uma expectativa de retorno ainda maior para ações small-caps e de valor.
  2. A correlação entre os fatores de risco é baixa o suficiente para se criar portfolios distintos.
  3. Apesar dos dados negativos da bolsa brasileira nos anos 90-05, continuo acreditando no small-cap premium.
  4. Vejam que no item anterior utilizei o verbo acreditar. Não há como ter certeza quanto ao que acontecerá no futuro.
  5. Apesar das ações small-caps e as ações de valor possuirem maior desvio-padrão, o retorno em excesso não é plenamente justificado pela volatilidade maior.
  6. Os fatores de risco não são correlacionados. Você pode juntar dois ao mesmo tempo: ter ações pequenas e de valor ao mesmo tempo.

Eu não tenho a menor dúvida que falei muito rapidamente sobre o tema aqui. Na verdade, esse é um assunto xtremamente vasto e que possui inúmeros detalhes que, apesar de interessantes, fogem ao escopo do artigo. Com o decorrer do tempo irei rever todas essas idéias, com muito mais detalhes. Por exemplo, só a definição do que realmente é uma ação de valor ou o comportamento das mid-caps no modelo F&F3 são fenômenos interessantes que clamam artigos individuais sobre os temas.

No próximo (e último) artigo da série falaremos rapidamente sobre curtose e detalharei como pretendo diversificar minhas futuras compras em ações individuais.

Rumo aos R$200k!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Atualização Mensal: Outubro 2010 (R$189.613,72 +R$4.162,74)

Nota: Por motivos exclusivamente práticos, todos os cálculos foram feitos até 03/11 ao invés de 31/10.

Em um mês unusualmente ativo no blog, tivemos um mês relativamente modesto com relação ao portfolio. Com praticamente R$190k de patrimônio, estou ~R$4k (ou 2,27%) mais rico que o mês anterior.

Os estudos continuam para a implementação da troca de PIBBs por ações individuais. Atualmente as únicas dúvidas são referentes ao ratio large-cap/small-cap e se o(s) fundo(s) será(ão) equal-weighted ou market-weighted, já eliminado o style-weighted. Se alguém tiver artigos ou monografias sobre o tema eu agradeço a indicação.

Projeção patrimonial:

Crescimento estável, seguindo o momento de baixa volatilidade da bolsa brasileira. Desses ~R$190k, ~R$30k (e não R$46k erroneamente informados no mês anterior) são compostos pela apreciação das quotas PIBBs e juros do empréstimo garantido, ~R$19k são de herança antecipada e ~R$141k são puro suor. Ainda assim, é muito bom ver meu patrimônio trabalhando por mim.

Portfolio:
Nesse mês não foram compradas quotas PIBBs. R$3.500,00 foram para o empréstimo garantido. O valor do aporte foi reduzido esse mês devido à provisão de um gasto elevado que terei em Novembro e aos gastos acima da média em Outubro, fazendo-se necessária a recomposição do fundo de emergência.

Valores:
Com um prazo médio de 1,24 ano para a renda variável e 1,21 ano para a renda fixa, meu portfolio ainda é muito novo e portanto muito suscetível a grandes variações de ROI anual que, no entanto, estão em níveis totalmente satisfatórios.

Notas não tão relevantes:
  • A atualização mensal é o único momento do mês em que eu lembro que possuo debêntures no meu portfolio.
  • R$500,00 foram simbolicamente investidos na nova empresa. Agora serão vários meses de muito estudo até a implantação final, o que significa ainda menos tempo para o blog.
  • Commodities possuem beta? E alpha?!? Existe espaço para commodities além de hedge? Ou nem mesmo para proteção? Mais importante, ações possuem alpha?
Rumo aos R$200k!!!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Como projetar o retorno esperado do Ibovespa - Uma visão realista [Guest Post por HC Investimentos]

Como vocês bem sabem, dois pontos nesse blog são cruciais: a qualidade dos textos e a motivação não financeira do mesmo. Portanto, não ganho 1 centavo com o blog nem fico postando qualquer bobagem com objetivo de aumentar tráfego ou coisa do tipo.

Dito isso, gostaria de apresentar-lhes um "guest post" do colega Henrique Carvalho, do HC Investimentos, que é uma das poucas pessoas realmente com conhecimento sobre finanças pessoais e alocação de ativos. Os textos dele possuem muitíssimo mais qualidade do que um Gustavo "previdência privada é um investimento inteligente" Cerbasi da vida.

Sem mais delongas, segue o texto, com considerações minhas ao final:

Como projetar o retorno esperado do Ibovespa – Uma visão realista

Gostaria de agradecer ao meu companheiro de blog Viver de Renda pela oportunidade cedida para escrever neste espaço em que a qualidade preza deste o início, buscando trazer informações práticas e importantes para os leitores, de maneira diferenciada do padrão encontrado pelas comunidades financeiras.

Nesta matéria, tratarei de um tema muito importante para quem busca alcançar a independência financeira: Qual o retorno esperado (futuro) da Bolsa que devo utilizar? Estaremos analisando o retorno real histórico do Ibovespa desde 1994, além de fatores como regressão à média e a comparação dos retornos mundiais para poder estimar de maneira mais realista o retorno futuro da Bolsa brasileira para o longo prazo.

Os erros mais comuns de iniciantes. Num país em que todo mundo quer ficar rico rapidamente, muitas pessoas cometem erros de inciantes na hora de estimar a rentabilidade de seus investimentos no longo prazo. Neste artigo, considerarei apenas o mercado de ações como exemplo, já que é onde mais encontrarmos metas irreais de rentabilidade.

Pequeno teste. Se alguém lhe disser que tem como meta ganhar 20% a.a. na Bolsa você concordaria com este argumento? No mínimo, seria prudente perguntar se esta rentabilidade é líquida e descontada da inflação, afinal, estamos fazendo um planejamento de longo prazo. Portanto, incluir custos e a inflação me parece uma atitude bem prudente.

E agora, 20% a.a. líquidos e descontados da inflação lhe parecem uma taxa possível de ser alcançada no longo prazo? Provavelmente, você deve ter respondido: Não! (Eu espero!). De qualquer modo, vamos analisar ao longo deste artigo quais foram os retornos históricos da Bolsa brasileira (em termos nominais e reais) e o que podemos esperar deste retorno olhando para o futuro.

Retornos Nominais e Reais do Ibovespa desde o período pós-inflacionário (Julho de 1994 até setembro de 2010):


Embora ambos tenham começado do mesmo ponto de partirda, nos 4.000 pontos em julho de 1994, no fechamento de setembro/2010, o Ibovespa nominal terimou em 69.430 pontos e o Ibovespa real em 18.489 pontos.

1ª lição. Sempre considere a inflação quando fizer um planejamento de longo prazo. A rentabilidade nominal anual do Ibovespa neste período foi de 19,93% (próximo dos 20% a.a. que nos referimos na pergunta no início do artigo). Entretanto, devido à uma inflação de 8,29%, a rentabilidade real do Ibovespa foi de 10,75%. Lembrem-se que o correto não é subtrair a inflação, mas sim descontá-la. Veja mais detalhes aqui e aqui.

Retorno real do Ibovespa nos últimos 12 meses:


Considerando a análise do retorno da Bolsa nos últimos 12 meses, percebemos que este tende a variar entre uma faixa definida, entre -50% e +100%. Importante observar que quando o índice se encontra perto destas faixas ele tende a reverter rapidamente. Esse princípio é conhecido como regressão à média. Nada impede que ele saia desta faixa, mas a probabilidade de ocorrência é pequena e bem passível de ser ajustada no longo prazo.

Retorno real do Ibovespa nos últimos 5 anos:

Aumentando a escala temporal de nossa análise, padrões de retornos mais razoáveis começam a emergir. Entretanto, 5 anos ainda é pouco para fazermos uma boa avaliação de longo prazo.

Retorno real do Ibovespa nos últimos 10 anos:

Embora 10 anos também não seja o período mais adequado para análises históricas da rentabilidade real da Bolsa, o pequeno período de observação, de 17 anos ( Julho/1994 – Setembro/2010) dificulta a análise. Porém, já é possível ver que a variação média do retorno real do Ibovespa está em torno de 10%, tendo um limite inferior de 5% e um limite superior perto de 17%.

Comparação da Rentabilidade da Bolsa Brasileira x Bolsas no Mundo:

Além de analisar a rentabilidade histórica do Ibovespa dentro do cenário nacional, por que não compará-la com diversas bolsas mundiais? Afinal, o dinheiro nunca dorme e está sempre em busca de melhores oportunidades.

Retorno real de 17 Bolsas de Valores em 100 anos. Existe uma ótima análise feita anualmente pelo instituto de pesquisa do Credit Suisse com o retorno real de 17 bolsas no mundo todo, cujo tema já foi abordado duas vezes aqui no Viver de Renda. Confira o material aqui [1900 até 2008] e aqui [1900 até 2009]. As análises concluem que o retorno ponderado das 17 bolsas no mundo todo era de 5,2% a.a. no ano de 2008 e passou para 5,4% a.a. em 2009.

E o nosso Ibovespa, com retornos reais anuais em torno de 10%, onde se encaixa nisso?

Existe um gráfico interessante feito pelo New York Times e já disponibilizado pelo Viver de Renda aqui, que mostra uma comparação entre os retornos das principais bolsas dos países desenvolvidos e emergentes:


Brazil-zil-zil! A bolsa de valores brasileira obteve de forma isolada o maior retorno entre as 23 bolsas analisadas, com retornos de 20%, bem próximo dos 19,93% que calculamos como retorno histórico desde 1994.

Uma outra visão sobre o mesmo tema pode ser encontrada no site da iShares nos Estados Unidos. Classificando a tabela dos diversos (e são vários mesmo!) ETFs pelo retorno anual nos útlimos 10 anos, adivinhe quem está na liderança?

Não tem pra ninguém! As bolsas do México, Austrália, Malásia, Coréia do Sul, todas ficaram para trás. Com um retorno anualizado de 18,54% nos últimos 10 anos, a Bolsa brasileira destaca-se das demais. A pergunta que fica é: até quando? Sabemos que, através da lei da gravidade, tudo o que sobe, desce. E se o princípio da regressão à média servir como aviso, é bom não esperar retornos tão elevados do Ibovespa nos próximos 10 anos.

Projetando uma rentabilidade real para o Ibovespa no longo prazo de maneira realista:

Dado que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, olhar somente para o passado não é suficiente para projetarmos o futuro. Portanto, temos de aceitar que existe uma imprevisibilidade dos retornos, embora eles tendem a convergir para uma média.

Uma boa solução para fazer esta estimativa é simplesmente sermos conservadores em nossa análise. Dado que o Brasil teve uma das maiores taxas de crescimento nos últimos 10 anos, espera-se que nos próximos 10 anos esse retorno será menor do que o anterior.

Concluindo

Portanto, sabendo que a rentabilidade real do Ibovespa nos últimos 10 anos foi de 10,75%, poderíamos estimar a rentabilidade futura da Bolsa em torno de 8%, atribuindo uma queda de quase 3% devido a uma situação que parece insustentável. Este é exatamente o número que o Viver de Renda utilizou para fazer sua projeção de rentabilidade no plano de Independência Financeira.

Esperando que o retorno da bolsa brasileira retorne para patamares mais adequados e, levando em consideração que a média histórica das 17 bolsas analisadas em um perído superior a 100 anos é de 5,4% a.a, poderíamos estimar a rentabilidade real da Bolsa brasileira de maneira mais conservadora, entre 6% e 8% para o longo prazo.

Informações Adicionais:

Sobre o autor: Henrique Carvalho

Autor do blog HC Investimentos. É Sócio do Clube de Vienna - Análise Financeira Independente - e trabalha na consultoria Fundo Imobiliário. No Twitter:@hcinvestimentos

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Lendo o artigo do Henrique duas coisas chamaram a minha atenção:

1 - A diversificação pelo tempo funciona. Apesar dos argumentos de Paul Samuelson, Zvi Bodie e Mark Kritzman contra o mesmo, a verdade é que a lei dos grandes números está a favor do investimento com maior expectativa de retorno, e não há "put options", utilidade do dinheiro e mercados "bears" intra-tempo que digam o contrário. Observe que, apesar do desvio-padrão total aumentar pela raiz quadrada do tempo, o desvio-padrão de longos períodos anualizado DIMINUI a medida que o tempo passa. O gráfico do retorno de 10 anos é extremamente elucidativo nesse sentido, com retorno anual real não menor do que 5,08% e com uma volatilidade bastante reduzida quando comparada com os gráficos de 1 e 5 anos.

Ps.: Se você não entendeu nada do parágrafo acima, procure ler sobre "diversificação pelo tempo" ou aguarde meu artigo sobre o tema.

2 - Pequenas diferenças de retorno durante muito tempo fazem uma grande diferença. Não sei se vocês perceberam, mas vejam como um retorno de aproximadamente +50% em 2009 causou um aumento do retorno anual na série 1900-2009 de apenas 0,2%a.a. 0,2% durante um ano não é nada, durante 100 anos de deixam 50% mais rico ao final do período. É possível deduzir dessa verdade matemática a importância do controle dos custos de um investimento, em que pagar 0,1% ao invés de 0,7% de taxa de administração anual causam grandes diferenças lá na frente.

Outro exemplo claro do exemplo acima foi a minha diminuição de expectativa de retorno nominal do portfolio de 1,2% para 1% a.m. Esses 0,2%a.m. modificaram meu aporte necessário mensal de R$2.300,00 para ~R$4.300,00.

Portanto, fiquem de olho nos custos e foquem no longo-prazo!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Simulação dos custos do fundo teórico

Para bom entendedor, meia fórmula basta...

P = R$200.000,00
Tx. = 0,059% a.a.
C = R$5,25

Tx. * P = R$118,00 ($Tx)

x = R$118,00/C = 22,48

22,48/12 = ~1,87.

E a receita dos aluguéis? Deve entrar na fórmula?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Quantas ações preciso possuir pra diversificar meu portfolio? - Parte III

"Dell Effect":

Como vimos anteriormente, um grupo de ações tende a possuir obliquidade positiva nos seus retornos¹, e esse efeito é ainda mais pronunciado nas ações com valor de mercado pequeno, as chamadas small caps.

A razão da existência dessa obliquidade é clara: existem algumas poucas ações com retornos muito acima da média. Pense numa OGX (~550% de apreciação nos últimos 5 anos vs ~100% do Ibov) ou Dell (cada ação valia 0,09 dólar em 1990 e hoje vale 14,13 dólares, uma apreciação de ~15.500% em 20 anos²).

Existe um estudo bem interessante de Fama & French³ que demonstra o fundo small value teórico criado por eles e a razão do excesso do retorno de tal fundo, desde 1927 até 2005:

Em média (retorno) :

74% das ações permaneceram no fundo: -0,5%
18% deixaram de ser ações de valor e 2% foram adquiridas: 4.2%
3% das ações tornaram-se grandes: 5.4%
Ações que entraram no fundo ou faliram: -0.2%

Total excesso médio anual de retorno do fundo: 9.2%

Ou seja, 3% das ações foram responsáveis por 60% do excesso dos retornos e 21% das ações foram responsáveis por todo o excesso do retorno do fundo. Está aí o efeito do "Dell Effect" no "fundo" que pretendo criar.

A mensagem, portanto, é clara. Temos que caçar as futuras ações que irão explodir, que serão a próxima Dell, sob pena de todo o esforço investindo em valor e em empresas pequenas ser em vão. Como saber de antemão quais empresas entrarão nesses 3% "mágicos"? Obviamente, ninguém sabe. A única alternativa, portanto, é simular o comportamento de um soldado americano no Iraque: atirar pra todos os lados (diversificar), na esperança de atingir um terrorista (Dell), ainda que 97% das balas atinjam civis (ações com comportamento normal do mercado). Nesse caso, o número de balas faz toda a diferença. Quanto mais ações investirmos, maior é a chance de se acertar as ações que queremos.

Terminal Wealth Dispersion:

No entanto, a quantidade de ações a se investir é bastante razoável. A escolha delas, ainda que randômica, possui efeitos decisivos no retorno futuro. Apesar de todas possuírem a mesma expectativa de retorno, o retorno realmente auferido é bem distinto, devido ao desvio-padrão elevado de um ação individual. A consequência desse fato é que os valores finais dos portfolios, ainda que com a mesma expectativa de retorno, são largamente diferentes. Não é incomum um portfolio em 20 anos crescer 350% em 20 anos e outro crescer 7.000%. Essa dispersão final dos retornos é chamado lá fora de Terminal Wealth Dispersion (TWD).

Willian J. Berstein fez uma simulação com portfolios contendo 15 ações randômicas, em proporções iguais, por 10 anos (1989-1999). Aqui o resultado com o retorno geométrico anualizado:

O retorno do S&P500 em proporções idênticas no período foi de ~24%a.a. No entanto, com apenas 15 ações, seu retorno poderia ter sido entre 12% e 50%, e a maior parte deles está abaixo de 24%. A razão é óbvia: a maior parte dos retornos foi obtida por uma quantidade pequena de ações. Observe que não estamos falando de small caps ou ações de valor: mesmo índices large cap com foco em crescimento (growth) são suscetíveis a esse efeito, ainda que de forma menos intensa. Portanto, o recado aqui fica a cada momento mais e mais claro: diversifica-se não apenas para reduzir risco, mas para assegurar a própria sobrevivência do portfolio...

Na próxima parte falarei do modelo de três fatores de Fama & French (3FF) e as suas implicações para a diversificação de um portfolio de ações.

Rumo aos R$200k!

¹ -Beedles, 1979; Schwert, 1990; Aggarwal, 1993; Alles e Kling, 1994; and Bekaert, Erb, Harvey, e Viskanta, 1998
² - Como curiosidade, a ação da Dell chegou a valer quase 60 dólares no auge da bolha .com em 2000. Quantas décadas até ela recuperar o topo (se é que um chegará lá)?
³ - Financial Analysts Journal. Vol 63, No. 3. 2007

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Quantas ações preciso possuir pra diversificar meu portfolio? - Parte II

Alguns de vocês estão esperando meus artigos sobre PGBL, opções, investimento direto em ações... e sobre o que eu escrevo? Diversificação. No entanto, o buraco é mais embaixo, e se o investidor realmente não entender MUITO de diversificação ele sinceramente não está habilitado a investir diretamente em ações, ainda mais com foco em valor e tamanho em que a diversificação se torna muito mais importante. E por entender muito eu não estou falando de correlação, desvio-padrão, risto sistêmico/risco não-sistêmico ou classe de ativos. Estou falando de:
  • Obliquidade
  • Terminal Wealth Dispersion
  • Curtose
  • FF3
  • "Dell effect"
Como dizia meu amigo Hannibal, "vamos por partes":

Obliquidade:

Também chamado de skewness ou assimetria, a obliquidade nada mais é do que o grau de diferença de uma distribuição simétrica. Essa obliquidade pode ser tanto positiva (para a esquerda) quanto negativa (para a direita).

Um exemplo clássico de obliquidade extrema é a mega-sena. 99,999998% dos "investidores" tem um retorno de -100%, enquanto 0,000002% deles tem um retorno de +XX milhões%. A depender do valor do prêmio, a expectativa de retorno pode ser positiva, mas nem por isso o investimento passa a ser recomendável. Portanto, a obliquidade torna-se algo a ser observado em cada investimento.

Qual a importância da obliquidade para a diversificação em ações? Praticamente a totalidade dos investidores iniciantes tem a noção errada de que a distribuição dos retornos da bolsa segue uma distribuissão normal, ou gaussiana. A realidade, no entanto, é bem diferente, ainda mais no caso das small caps, em que há uma distribuição negativa significativa.

A obliquidade nas small caps é negativa pois, segundo diversos estudos, uma minoria das ações gera a maioria dos retornos da classe. Portanto, a ação "média" terá um retorno menor que a média da classe.

O risco que o investidor corre é que, comprando poucas ações, a chance dele ter um retorno abaixo da média é maior que 50% por conta da obliquidade negativa dos retornos. Portanto, quanto mais ações você tiver mais chances você tem de obter um retorno igual ou acima da média (ainda assim a chance será menor que 50%, a não ser que você compre "todo" o mercado).

Quem conseguiu acompanhar o raciocínio deve estar pensando: "Mas VR, se eu comprar poucas ações e uma delas for a "premiada" o meu retorno vai ser bem acima da média e ficarei rico e terei uma casa feita com barras de ouro que valem mais do que dinheiro!!" Lembre-se que geralmente as mesmas coisas que te fazem muito rico te fazem muito pobre. Descobrir qual será a próxima ação que estourará é tão fácil quanto descobrir os próximos números da mega-sena, e ninguém arrisca a sua aposentadoria numa aposta dessas, não é? NÃO É???

Na próxima parte vamos falar do filho (ou pai, a depender) da obliquidade, o "Dell Effect"!

Rumo aos R$200k!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Atualização Mensal: Setembro 2010 (R$185.450,98, +R$13.323,04)

Nota técnica: por motivos exclusivamente práticos, todos os cálculos foram feitos até 05/10 e não 30/09.

Como qualquer um de vocês pode atestar, o meu tempo disponível para atualizar o blog anda caindo com a mesma velocidade que um avião com ambas as turbinas pegando fogo. O motivo do atraso, no entanto, não possui caráter temporal mas sim monetário. Em linguagem clara, demorei pra receber a grana. Salário recebido e devidamente investido junto com as sobras da conta resultaram em um acréscimo de mais de R$13k ao meu portfolio, o que significa que estou 7,74% mais rico que o mês anterior. Obviamente, a maior parte desse acréscimo é devido à apreciação do PIBB do que pelo aumento do número de quotas, como vocês poderão comprovar abaixo.

Projeção Patrimonial:


Gráfico tão lindo quanto o dono dele. Gordura (diferença entre o projetado e o realizado) foi para R$28k, ou ~15% do portfolio. R$185k acumulados, sendo que a projeção para o final de 2010 é de R$175,5k, o que significa que estou aproximadamente 5 meses a frente do plano. Mais informações sobre o plano nas notas relevantes abaixo.

Porfolio:

O portfolio continua com seu "tilt" planejado em direção aos PIBBs. Mais um aporte foi feito esse mês, comprando 50 quotas a R$95,72 cada. Mais informações sobre o portfolio nas notas abaixo.

Valores:


Olhando de relance são R$46k que eu já obtive puramente com meus investimentos. Isso dá quase 1 ano de trabalho meu. Realmente o meu dinheiro está trabalhando pra mim, independente da tempestade que pode transformar tudo em pó no futuro.

Notas realmente relevantes:
  • Ganhei alguns centavos com aluguel do PIBB. Sim, centavos.
  • Após vários estudos sobre os premiums de valor e de tamanho (apesar de não estar postando no blog continuo estudando sobre finanças), estou convencido da realidade dos mesmos. Já criei a estratégia para investimento utilizando tais fatos em consideração. Obviamente, sem utilização de ETFs... eu serei meu próprio fundo passivo "tiltado". Haverá mudanças bem significativas no futuro, mas com o mesmo foco em passividade, custos mínimos e tributação 0.
  • Meu plano será totalmente reformulado e em seu lugar terei um plano realmente definitivo, que servirá independente da evolução/involução dos aportes e das necessidades financeiras futuras. Cheguei à conclusão que meus planos nada mais são do que sombras que mais me estressam do que me ajudam a ter uma idéia do futuro. Esse plano será fundido com a estratégia de investimento acima.
  • Estou planejando a abertura de uma empresa. Taí a explicação (ao menos parcial) da falta de tempo pro blog.
  • Como excelente investidor que sou, após meu primeiro mês de aplicação no TD... estou no prejuízo.
  • Por falar em excelência em investimentos, o primeiro aporte direto em PIBB que fiz em minha vida (05/05/2008) ainda está com um prejuízo bruto acumulado de -7,12%.
  • Foram adicionados dois excelentes blogs na seleta lista de blogs recomendados: Vida Boa Investimentos e Renda Passiva. Apesar de discordar em parte do portfolio de ambos (Previdência privada, baixa diversificação, stock pickers, etc.), são blogs interessantes e que eu visito sempre que posso (ou seja, quase nunca).
Rumo aos R$200k!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Atualização Mensal: Agosto 2010 (R$172.127,58, +R$5.713,63)

Nota técnica: por motivos práticos, todos os cálculos foram feitos até 01/09 e não 31/08.

Graças ao sprint de última hora aos 52 do segundo tempo, tive mais um mês positivo o suficiente para terminar o período quase R$6.000,00 mais rico, com um acréscimo de 3,43% no meu portfolio. Os números estão aumentando a cada mês e, com eles, a sensação de volatilidade maior. Se na crise de 2008 um circuit break significava R$2.000,00 a menos, hoje o fumo seria de R$15.000,00 para uma queda idêntica em termos percentuais. E isso ainda tem muito o que piorar...

Projeção Patrimonial:


Mantive os mesmos 21k de gordura entre o projetado e o realizado. Nada que uma queda de 15% não elimine com facilidade...

De qualquer forma, são mais de R$170k acumulados. As vezes me pergunto quantas pessoas de 26 anos possuem esse capital acumulado...

Porfolio:
Portfolio segue aquilo que estava projetado: aportes novos feitos em PIBB, inclusive os juros do empréstimo garantido. Esse mês foram compradas 60 quotas a R$90,71 cada (ou seja, comprei após a alta expressiva de 01/09).

A cada mês eu me sinto mais compelido em reformular meu portfolio para compras diretamente em ações do que aplicação em PIBB devido ao risco tributário. Além dos custos envolvidos nessa operação, tenho que investir várias horas na montagem do portfolio, escolha dos papéis, etc., coisa que anda meio escassa ultimamente. Algo para se pensar nos R$200k...

Valores:
Não tenho do que reclamar quanto ao retorno de 11,78% a.a. que o mercado me trouxe até então. O foco é em continuar com os aportes pois a caminhada é longa e, como alguém bem inteligente já disse, "time is more important than timing"!

Notas relevantes:
  • Simplesmente acabou o mercado de aluguel de PIBBs.
  • Esse mês dou início a pequenos aportes no Tesouro Direto, que são para objetivos de curto e médio prazos que nada tem a ver com a independência financeira e portanto não vão entrar no portfolio. Os valores são baixos o suficiente que vale mais a pena pagar os 0,2%a.a. para a Linktrade do que pagar R$8,00 de TED por mês ao banco.
  • Para quem quiser se aprofundar realmente em portfolios de retirada e basicamente tudo sobre os aspectos financeiros APÓS a independência financeira eu recomendo fortemente o livro do Jim Otar, "Unraveling the retirement myth". Muita pesquisa própria e coisa que você não encontra nem em outros materiais em inglês, além de abranger também o mercado canadense.
  • O fato do meu salário ter saído apenas em 01/09 ao invés de 31/08 me causou um prejuízo de R$150,00 no aporte de mês. "Dollar Cost Averaging" MEU OVO. FUUUUU...
  • Além disso, no dia 31/08 também não tive tempo de transferir uns trocados pra comprar uma quota de PIBB no mercado fracionário e me livrar da tarifa de custódia mensal. FUUUUU²...
  • Mais um facelift! Pra mim está bem mais agradável a leitura. Se vocês não gostarem, paciência. Não vou mudar tão cedo...

RUMO AOS R$200K! Excelente mês a todos!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Facelift no blog

Dois updates em um só dia?? Mas o que é isso? Tempo de sobra? Cocaína de sobra? Quem sabe um pouco dos dois! (brincandeira povo)

Assim como o Fiat Idea, a Dilma e aquela mulher que acabou de colocar silicone, o blog Viver de Renda sofreu mais um facelift. Fonte diferente, cores diferentes e um fundo cheio de números "business/stock market/fuck yea" pra fazer o blog parecer importante e profissional, coisa que não é.

"Conteúdo que é bom, nada...."

Boa semana a todos!


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Atualização Mensal: Julho 2010: (R$166.413,95, +R$15.393,46)

Esse mês vai ser uma atualização mensal express!! Tempo EXTREMAMENTE apertado, em que infelizmente o blog tem que ser um pouco (pouco = muito) sacrificado. Muitas coisas acontecendo na minha vida, felizmente todas boas! Mas aqui estou, 23h da noite de uma segunda cumprindo minhas obrigações religiosas de atualizar o blog!

Como todos de vocês acompanharam, esse foi um mês muito bom para quem tinha dinheiro na bolsa. Comigo não foi diferente. R$166k de patrimônio e R$15k (ou 10,19%) mais rico que o mês anterior! \o/

Pode parecer bobagem, mas creio que esses 3 meses de rentabilidade negativa mexeram mais com meus nervos do que os 6 meses tenebrosos de 2008, obviamente por ter muito mais "na reta" do que as parcas economias que tinha durante a crise. Algo para se levar em consideração daqui a alguns anos!

Segue a projeção patrimonial:


R$15k de gordura entre o projetado e o realizado. Esse valor já foi maior, mas é difícil de se manter quando há a expectativa de aportes de R$4,3k e apreciação de 1% a.m.

Portfolio:

Foram compradas 22 PIBBs a R$91,39 e 33 PIBBs a R$91,40. Não tinha tempo pra ficar dando ordem limitada e acabei pagando o spread pela 1a vez. (ou seja, praticamente me despedi do fracionário do PIBB com um belo FODA-SE rsrs). Notem que esse mês eu quebrei o recorde de % aplicando em bolsa, batendo quase 82% (e subindo!), já que todo mês eu aplico os juros do empréstimo em mais PIBBs.

Valores:

ROI completamente dentro do planejado, ajudado em boa parte pelo empréstimo que tem segurado a volatilidade e puxado pra cima o retorno. Não tenho o que reclamar de um retorno de 12% anuais! Apesar disso, meu foco atual é em aumentar os aportes já que para qualquer portfolio jovem essa diferença é muito mais importante que a rentabilidade do mesmo (Antes aplicar por 20 anos 10% do salário a um retorno de 5% do que o contrário! Podem fazer as contas!)

Pessoal, queria pedir minhas sinceras desculpas pelos comentários e e-mails não respondidos durante esse mês! No entanto, todos são lidos quase que imediatamente, já que cada comentário é enviado pelo blogspot diretamente para o meu e-mail pessoal. Portanto, não morri kkkk! Assim que puder responderei a ambos!

Ah, e claro... rumo aos 200k, porra!!!

sábado, 3 de julho de 2010

Atualização Mensal: Junho 2010: (R$151.020,49, -R$289,88)

Mês de queda na bolsa vocês já sabem o que significa: sangue no portfolio do Viver de Renda! Dessa vez não foi diferente. Mesmo com o aporte do mês não consegui terminar do verde. No entanto, felizmente consegui me manter acima da barreira psicológica dos R$150k, o que não deixa de ser um feito para um portfolio com performance significativamente negativa há 3 meses seguidos. Como resultado, estou 0,11% mais pobre que o mês anterior.

Projeção Patrimonial:

O "percentual de gordura" entre o projetado e o realizado do portfolio continua caindo. Ainda assim, preciso de uma queda de quase 15% da bolsa para ela sumir de vez. Tendo em vista a minha alocação de ativos, esse não é um cenário improvável.

Portfolio:


Graças às recentes quedas, a alocação permanece estável, apesar de todos os aportes novos serem feitos em novas quotas PIBB. Esse mês foram 59 quotas compradas a R$84,66 cada.

Valores:


Com esse ROI, o retorno real está bem próximo de 0%, o que não me surpreende tendo em vista a crise de 2008, a queda até então em 2010, a juventude do portfolio e o escalonamento progressivamente maior dos aportes.

É bom deixar bem claro que, apesar desses últimos resultados, não tenho motivo algum para mudar minha alocação de ativos ou estratégia de investimento. A bolsa de valores continua sendo o ativo com a maior expectativa de retorno e meu horizonte de investimento permanece igual.

Rumo aos R$200k!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Atualização Mensal: Maio 2010 (R$151.310,75, -R$1.703,03)

"A 25-year-old who is actively saving for retirement should get down on his knees and pray for a decades-long, brutal bear market so that he can accumulate stocks cheaply." William Berstein
Engraçado como os anos vão se passando e ainda assim, como já avisava Sócrates, nos tornamos mais e mais conscientes da nossa ignorância em relação ao mundo.

Pra que acha que vou falar alguma frase pseudo-sábia sobre finanças, estão errados. Vou falar sobre backup.

Final de semana passado, artigo sobre venda coberta de opções pronto, tabelinha toda atualizada com as operações do mês, o que acontece? Puff. Computador foi pro saco. Tentativa de reanimação mal-sucedida, o jeito foi mandar para a assistência técnica hoje. Isso não só vai implicar num gasto financeiro razoável (cujo capital por sinal eu não possuo atualmente, enfiei tudo na bolsa semana passada) como também significa que estou sem minha querida tabela para fazer a atualização mensal. E o backup, vocês perguntam? Pois é, "shame on me", não fiz nada de porra nenhuma. Agora é aguentar as consequências das merdas feitas (ou melhor, não feitas).

Como não sou de deixar vocês na mão (tirando os que esperam o artigo sobre o PGBL rs), vou fazer uma atualização muito meia-boca até meu PC voltar triunfante novamente (e com os dados intactos, eu espero).

Prolegômenos a parte, vamos lá:

Mês tenso, queda o mês inteiro seguido de um repique no final. Como bom market timer que sou, investi claro no meio do repique. Ainda assim, os aportes não foram suficientes para tornar o mês positivo, o que seria um verdadeiro milagre. Como não acredito em santo e muito menos em milagres, tratei de economizar o que pude e apliquei na bolsa até o que não pude. Resultado: 156 quotas PIBB compradas que me ajudaram a voltar ao terreno dos R$150.000,00 e R$0,00 na conta bancária.

Números meia-boca:

Renda Fixa: R$30.335,15
PIBB: R$120.975,60

Alocação de Ativos aproximada: 80% bolsa / 20% renda fixa.

Sem graficozinhos arredondados bonitinhos por enquanto.

No mais, chateado por não estar com tempo para me dedicar mais ao blog, pois o mundo das finanças aqui no Brasil continua a mesma escuridão de sempre, e eu aqui com esse farol que é o site infelizmente iluminando mais fracamente. Bem, paciência, o tempo há de corrigir tudo (afinal cura até coração partido).

Mercado de aluguel de PIBB continua o mesmo lixo de sempre, aluguei 300 no final do mês apenas.

Mas vamo que vamo! Rumo aos R$200k!