sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Atualização Mensal: Julho 2019: R$8.555.812,50.

Mais um mês sem se passou sem novidades. O bitcoin devolveu parte dos ganhos do mês passado e, com isso, meu portfólio está cerca de R$300.000,00 menor. Vida que segue. Aporte desse mês será de R$14.000,00, que apesar de ser um valor bastante relevante representa 0,16% do patrimônio. A impressão que tenho é que aportar hoje pra mim é usar um copo pra encher uma piscina que já está transbordando. Enfim, segue o gráfico de sempre:



Eu preciso urgentemente montar uma estratégia de saída pro bitcoin. O fato é que apesar de eu ter a capacidade e a vontade, não tenho nenhuma necessidade de correr grandes riscos.

Por outro lado, os yields na renda fixa estão derretendo de forma extremamente rápida e com isso empurrando também os FIIs para patamares inimagináveis. O Brasil finalmente parece estar se adequando às taxas internacionais. Num mundo em que a falida Grécia paga 2% nominais ao ano não faz tanto sentido termos NTNBs pagando 4% a.a.  Até meus queridos CDBs estão pagando no máximo IPCA+3,7%, taxa idêntica ao TD de duração maior.

Eu penso que o valuation é importante para se evitar fazer investimentos que obviamente não fazem sentido quando comparados às aplicações concorrentes. Um exemplo óbvio disso foi em 2008 quando tínhamos NTNB pagando 7% a.a. num Brasil com situação fiscal normal e o PL da bolsa brasileira batendo 15. Ainda assim o imbecil que vos fala aplicou tudo o que tinha em PIBB11.

Hoje a situação parece estar diferente. Apesar da ameaça constante de uma nova crise mundial (quem está aguardando uma desde 2010 já deixou de ganhar muito dinheiro), o valuation mundial das ações parece estar num patamar aceitável. Mercados emergentes com PL de 12, Europa 15 e EUA 20. Dada a concentração de empresas de tecnologia no índice americano o PL maior faz mais sentido. Aqui no Brasil ainda se consegue com relativa tranquilidade FIIs pagando 6-6,5% anuais.  

Tudo isso mostra que o prêmio de risco está presente tanto aqui como no exterior. Por outro lado, a taxa de retorno real líquida da fixa tende a 0, ainda mais se o Brasil conseguir contornar a crise fiscal em que se encontra hoje. Na Europa os yields já estão negativos há um tempo.

Tais mudanças demandam atenção. Mesmo portfólios de retirada com baixa TSR (3% a.a.) não resistem a 50 anos com retorno real de 0%, que é praticamente a expectativa de retorno hoje de quem tem um portfólio 100% Selic p.ex. Se esse movimento se confirmar no Brasil a farra da renda fixa chegará ao fim e todos precisaremos migrar uma parte dos investimentos para ativos de risco. Por mais que eu tenha muito IR acumulado nas minhas NTNBs não faz sentido manter um percentual tão elevado caso as taxas cheguem a 2% bruto ou algo do tipo. Vamos ver que caminho o Brasil e o mundo vão trilhar nesses próximos meses...