Após muitos e muitos meses de desleixo, preguiça e letargia, finalmente obtive motivação suficiente pra fazer mais uma atualização mensal com a chegada da nova era (tá mais pra anual, mas ok).
Nesses 10 meses em termos pessoais pouca coisa mudou: continuei trabalhando num nível de stress moderado a alto, fiz 3 viagens (todas aqui no Brasil mesmo, sempre no Sul-Sudeste, sendo uma exclusivamente a lazer), ajeitei 95% do apartamento e, no geral, posso dizer que foram bons meses. Estou melhor de saúde e posso dizer que modifiquei um pouco a forma que lido com dinheiro. Hoje eu não faço mais orçamentos mensais, nem tenho mais metas rígidas de investimentos e principalmente parei de me estressar com o preço das coisas.
Apesar de todo esse relaxamento, continuo investindo bastante. Posso dizer que hoje eu possuo pouquíssimas aspirações materiais. Seja moradia, veículo, roupas, eletrônicos, hoje não tenho a menor pretensão de fazer nenhum "upgrade" no curto e médio prazo. O resultado disso é que o dinheiro continua sobrando e continuo a fazer aportes de R$10.000,00-R$20.000,00 mensais, fora o rendimento dos investimentos. Como já falei aqui mais de uma vez, estou num ponto que a rentabilidade do meu portfólio hoje tem uma importância MUITO maior que qualquer aporte que eu faça. Um aporte de R$15.000,00 representa meros 0,23% no meu portfólio.
Falando em portfólio, nesses 10 meses caí de R$7.400.000,00 pra ~R$6.350.000,00, largamente pela queda substancial no preço do bitcoin que, apesar das inúmeras pequenas vendas que fiz (não tenho anotado, mas imagino que vendi cerca de 4-6 bitcoins nesses meses) ainda estou com cerca de 4 bitcoins a mais que 10 meses atrás, tudo por conta dos inúmeros forks que o bitcoin sofreu e a depender da época eu transformava em dólar ou convertia em bitcoin.
Apesar dessa queda, meu portfólio está num patamar extremamente confortável. Nesses 10 meses minhas NTN-Bs aumentaram R$130.000,00, fora os 2 pagamentos de cupons. Estou com R$180.000,00 a mais de CDBs (comprei uma parte em pré a 15% a.a., resto foi valorização) e aumentei em R$340.000,00 os investimentos que fiz no exterior. Com esses aportes e pela queda do bitcoin, consegui reduzir o percentual em bitcoin de 45% pra 25%. Segue o portfólio atualizado (valor da NTNB está desatualizado mas o valor de R$2.747.000,00 reflete o preço atual):
Os investimentos internacionais estão divididos da seguinte forma, valores em dólares:
$56.6k em uma corretora de bitcoin, irei transferir esse valor pros EUA.
$10k no BBA rendendo 1.8% ao ano para evitar a cobrança de tarifa de manutenção mensal.
$19k IWQU
$22k IWMO
$22.6k IWVL
$19k MVOL
$21.5k EIMI
Todos esses ETFs, tirando o EIMI, investem em um único fator de risco (respectivamente: qualidade, momentum, valor, volatilidade). Como tem sido o retorno esse ano desses fundos quando comparados com seus similares?
IWQU 5.81%
IWMO 13.97%
IWVL -0,56%
MVOL 5.05%
O IWDA, que é um fundo neutro, teve retorno de 5.03%. Na média, uma overperformance de 1% até então. Já o EIMI teve um retorno negativo de -8.12% enquanto que o EMMV (volatilidade mínima) teve retorno negativo de -1.21%. É bom deixar bem claro que os fatores de risco em si possuem bastante volatilidade, necessitando de muitos anos para alcançar uma probabilidade maior de overperformance.
Minha idéia é continuar aportando nesses ETFs fazendo a alocação de ativos previamente acordada: 60% entre IWQU, IWMO, IWVL, MVOL, 20% em EIMI e 20% em renda fixa LQDA. Ainda não investi no LQDA pois estou com os dólares na corretora de bitcoin fazendo seu papel de renda fixa, que como já falei irei transferir para os EUA e distribuir da forma acima.
A idéia é, até a aposentadoria, eu possuir 50% dos ativos sem qualquer correlação com o Brasil. Hoje esse valor está em 35% (25% bitcoin 10% investimentos no exterior).
Para os próximos meses, o trabalho de "formiguinha" irá continuar: aportes regulares, distanciamento paulatino do risco Brasil e nunca deixando de aproveitar a vida, até porque a lembrança "memento mori" está mais relevante do que nunca com o falecimento do nosso colega Viver de Construção. Fiquei bastante abalado ao saber da morte dele. É a lembrança que a catástrofe pode acontecer a qualquer momento e que o dinheiro é um mero meio para um fim. Todos os aportes que ele tanto comemorava foram inúteis para si, que será devidamente gasto pela sua esposa e a nova família que ela irá formar.
Fica aqui, portanto, a velha dica de sempre: invistam para o futuro, mas não deixem de aproveitar o presente. Devemos construir hoje a vida que queremos para então economizarmos para ela. Não devemos investir pelo dinheiro, mas pelo estilo de vida que esse dinheiro pode nos proporcionar!